Glee foi, indiscutivelmente, uma série geracional. Com piadas que se tornariam datadas em alguns poucos anos, aspirantes a estrelas, relações conturbadas dentro e fora do set e crises de ego constantes que gritavam Hollywood do início ao fim, a série musical arrancou corações de pré-adolescentes, adolescentes e jovens adultos ao ao redor do mundo.
Constantemente quebrando registros de audiência na televisão dos Estados Unidosa produção rapidamente se tornou uma febre mundial que originou até um reality show próprio para decidir quem, dentre os que buscavam um caminho para a fama, seria a próxima peça desse novoto e promissor elenco que estava derrubando – não, quebrando – todas as portas de Los Angeles de uma vez só.
Mas, como tudo que é bom em Hollywood ou dura pouco ou o suficiente para se tornar odiável, o programa criado por Brad Falchuk e Ryan Murphy decaiu ao tentar se manter em evidência mesmo após diversos problemas de bastidores e manutenção de elenco se mostrarem irreversíveis. A série, que tanto falava em futuro e novas oportunidades, logo se tornou vítima do que tentava lutar contra.
Em entrevista ao site Hollywood ReporterFalchuk – roteirista que acompanhou a ascensão e declínio de uma das mais promissoras séries adolescentes das últimas duas décadas – comentou que “ninguém estava preparado” para as características que Glee se tornaria.
“Eu era novo e era emocionalmente pesado, e muitos de nós ficamos presos em nossos egos. Tinha um sentimento de deficiência. Estávamos escrevendo sobre o ensino médio, então é muito difícil regredir um pouco. (…) Ao mesmo tempo, nos sentimos divertíamos muito e todos se davam bem”.
Em seguida, ele relembrou momentos não tão positivos assim:
“As coisas foram para o inferno, e então todos se deram bem novamente. Foi caótico. Eu nunca gostaria de voltar, mas então pensei: ‘Deus, eu amaria retornar’. Mas o maior aprendizado da série? Remover o ego de tudo e ser um adulto.”
Quando Falchuk se refere aos problemas da produção, é difícil saber ao certo em que momento tudo foi “para o inferno”, já que rumores apontam que as brigas internas começaram como disputas típicas de estrelato e evoluíram para narrativas inteiras de personagens populares – como Quinn Fabray (Dianna Agron) – sendo abruptamente alteradas.
Questionado sobre a possibilidade de um remake da série, Falchuk afirmou que “tudo está sempre na mesa”, mas que seria necessário pensar em uma forma de recontar a história de um jeito mais moderno.
“Muito do que Glee tratou era realmente essa transição de uma maneira antiga de ver a representação para uma nova maneira. Eu nunca diria não, mas me questionei qual seria o sentido – exceto que seria para ganhar dinheiro.”
Hoje com as seis temporadas disponíveis no streaming Disney+, Glee conquistou seis prêmios Emmy enquanto estava sendo selecionado; grande parte de seu elenco, no entanto, optou por se manter afastado de grandes produções de Hollywood e carreira redirecionada para teatro, livros, criação de conteúdo e/ou filmes independentes.
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