Apesar das críticas díspares, parece que Napoleão conseguiu conquistar as bilheterias. O projeto de Ridley Scott, financiado pela Apple, despertou a curiosidade do público, algo que faltou depois de alguns filmes que passaram despercebidos ou fracassaram. E alguns deles são alguns de seus melhores filmes, acredite.
O Último Duelo é um dos filmes mais épicos do diretor. Uma história ambiciosa contada a partir de três perspectivas, escrita e estrelada por Matt Damon e Ben Affleck, que também é acompanhada no elenco de Adam Driver e Jodie Comer. O filme está disponível no Star+ e merece uma segunda chance de audiência.
Depois de servir na Guerra da Carolina, os escudos franceses Jean de Carrouges e Jacques Le Gris juraram lealdade ao conde Pierre d’Alençon, nomeado Senhor de Jean pelo rei Carlos VI. Para melhorar suas finanças, Jean se casa com Marguerite de Thibouville sob a promessa de um grande dote do pai do jovem, Robert, que lhe garantirá os direitos a muitas propriedades valiosas, embora o conde e Jacques atrapalhem suas ambições.
Para indignar ainda mais a casa dos Carrouges, o escudeiro Le Gris tenta seduzir Marguerite, levando a um ato de estupro, segundo a senhora. Jean inicia um processo judicial contra Jacques que deve ser resolvido diante do olhar de Deus por meio do bárbaro ritual de um duelo até a morte. Quem vencerá o vencedor, porém, se o escudo o causar, a esposa do cavaleiro será queimada como punição pelas falsas acusações.
O filme conta esta história a partir de três perspectivas: a de Jean de Carrouges (Damon), a de Jacques Le Gris (Driver) e a de Marguerite de Thibouville (Comer), mas apenas uma é a verdade. Scott captura isso com sua habitual falta de sutileza, que é compensada com uma tremenda bravura. A maneira como ele retorna a determinadas cenas desenvolve os personagens além de sua própria percepção.
O Último Duelo apresenta épico brutal em perspectivas diferentes
Embora pareça repetitivo com esse retorno contínuo a determinados momentos, na realidade Scott e seus roteiristas fazem um esplêndido trabalho ao mostrar e desmantelar uma sociedade eminentemente conservadora e patriarcal, onde uma série de costumes espalhafatosos e absurdos são mascarados com honra e glória, alguns que também têm consequências perigosas para as mulheres como o personagem de Comer.
Como não bastasse, Scott também realiza algumas sequências de batalha que surpreendem e provocam soluções, capturando com realismo bruto a violência da guerra e sua fuga recompensa. O duelo final é o ponto onde o filme atinge o auge, como era de se esperar, fazendo uma exibição brutal e de alto nível. Uma forma de encerrar um de seus melhores filmes dirigidos.
Texto traduzido do site parceiro Sensacina*
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